Textos injuntivos (Receita)

Os textos injuntivos ou instrucionais caracterizam-se por motivar uma ação no leitor. Temos como exemplos as receitas culinárias, os manuais de instrução, o anúncio publicitário, as instruções de jogos, etc.
Ainda no primeiro bimestre, foi solicitado aos alunos do primeiro ano do Colégio Cometa que produzissem uma receita mirabolante, para acabar com um problema difícil, quase impossível, e como resposta, temos este ótimo exemplo para acabar com os políticos corruptos no Brasil:

Extermínio dos políticos corruptos

Os políticos brasileiros têm se envolvido em escândalos de corrupção. Ouve-se falar em cada coisa absurda como políticos pondo dinheiro na cueca, nas meias, com justificativas sem lógica.
Investigando, encontrei um livro dos meus antepassados, nele encontrei a receita de uma porção que tinha o poder de fazer as pessoas ficarem honestas. Então decidi ir em busca dos ingredientes. Para preparar esta porção precisei de um fio de pelo de urso polar, duas escamas de peixe-elétrico, quatro ovos de urubu branco, um litro de água do rio Nilo, uma pitada de raspas de chifre de rinoceronte e quatro dentes de alho. O cozimento deve ser feito em um caldeirão de alguma tribo canibal e finaliza servindo com porcelanas do primeiro rei da França. A porção deve ser feita em lua minguante para não ocorrer efeitos colaterais.
O político corrupto que tomar esta porção passa a se preocupar com as pessoas mais carentes, usa o dinheiro para fazer obras que beneficiem o povo, investe em educação, saúde, lazer e esporte. Se esta porção não fosse amarga, o Brasil seria outro.
Amábile Ferreira Rocha, aluna da 1ª série do ensino médio do Colégio Cometa

Carta

Carta argumentativa

Em mais uma situação de produção, os alunos da 3ª série do ensino médio teriam de escrever uma carta argumentativa. Para tanto, eles deveriam contemplar o tema C da proposta da UNICAMP 2008:


Proposta c
Trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático:
O governo brasileiro tem promovido campanhas de alcance nacional, a fim de combater o tabagismo, o uso de álcool e drogas, a proliferação da dengue, do vírus da Aids e da gripe, entre outras doenças que comprometem a saúde pública.

Instruções:
1- Escolha uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde que, na sua opinião, deva ser mantida.
2- Argumente no sentido de apontar aspectos positivos da estratégia dessa campanha.
3- Dirija sua carta ao Ministro da Saúde, justificando a manutenção da campanha escolhida.

A seguir, alguns exemplares desse gênero textual:

Carta 1:

Irecê - BA, 24 de março de 2010

Sr. Ministro da Saúde, José Gomes Temporão,

Sou estudante da terceira série do Ensino Médio no colégio Edimaster. Como tenho a pretensão de cursar Medicina, foi de meu conhecimento uma entrevista do INCA com 2.642 estudantes de saúde das universidades públicas e privadas de Florianópolis, Rio de Janeiro e Campo Grande, acerca da importância do papel desempenhado pelos profissionais de saúde no aconselhamento dos fumantes a respeito dos maleficios do tabagismo. O estudo revelou que 20% dos estudantes não acredita que é papel do profissional de saúde aconselhar o paciente a parar de fumar. Contrariando estes 20%, creio plenamente na utilidade do nosso papel, como futuros profissionais, na tarefa de apontar os males que o hábito de fumar pode trazer. Quem, senão nós, poderia conhecer tão profundamente o corpo humano e advertí-lo contra os vilões da sua saúde?
Desta forma, lamento pela posição vergonhosa dos meus posteriores colegas; mas ao mesmo tempo celebro as campanhas anti-tabagismo desempenhadas pelo Ministério da Saúde, que se encarregam em prestar este seviço com primazia.
As fotos e mensagens de advertência nas embalagens de produtos derivados de tabaco nas campanhas publicitárias de combate ao fumo, como a "Fique Esperto, Começar a Fumar é Cair na Deles" tiveram amplo conhecimento nacional e certamente atingiram seu objetivo. Gostaria também de enaltecer a mais recente lei que proibe fumar em ambientes fechados de uso coletivo, com ênfase na divulgação por meio televisivo. Visto que um terço da população adulta fuma no Brasil e, cerca de 80 mil pessoas morrem ao ano por causa do hábito de fumar no pais, essas campanhas e leis tornam-se mais do que essenciais!
No entanto, acredito que outras medidas a mais poderiam ser tomadas para tal efeito, como melhorar – a meu ver – o falho atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) para quem quer parar de fumar, já que mais da metade dos fumantes com este desejo não encontram espaço terapêutico para isso. Poderia também ser feita a expansão da Lei Antifumo para mais estados brasileiros (incluindo a criação de uma lei que proíba o fumo em transportes públicos, como indica a OMS). Um dado recente do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) indica que sete pessoas por dia no Brasil morrem porque estão sujeitas ao fumo passivo!
Seria também útil a divulgação de campanhas criativas, como a realizada na Inglaterra. Ela distribuiu folhetos com cheiro do cigarro, com objetivo de desestimular o fumo entre os adolescentes, sugerindo que, cheirando a cigarro, eles se tornam menos atraentes.
Por fim, mas não menos importante, defendo a contundente proibição da aparição apologética do fumo na mídia, já que fabricantes internacionais costumam pagar à indústria de cinema a exibição de personagens fumantes nos filmes, e estes são exibidos diretamente nas telas brasileiras.
Sr. Ministro, diante de todos estes números, fatos e argumentos, fica clara a necessidade de uma maior atenção voltada para esta questão tão delicada em nosso país. É bem verdade que o tabaco é uma droga lícita e talvez seja radicalismo erradicá-la. Minha pergunta é: quem será o alvo eficiente na luta contra o tabagismo, médicos ou pacientes? A resposta, para mim, é simples: ambos. E a tarefa de conscientização está nas mãos do Ministério.
Atenciosamente,
EHFVD
P.S. da pró Laura: As iniciais correspondem a Everton Henrique F. V. Dourado, aluno da 3ª série do Colégio EDImaster

Carta 2:


Irecê, 23 de março de 2010

Senhor Ministro,


Como é de conhecimento de V. Ex.a., as campanhas antitabagistas veiculadas em todo território nacional são de extrema importância no combate à propagação do vício, já que estima-se que 30 milhões de brasileiros sejam fumantes, número que poderia ser bem maior se campanhas como essa não fossem adotadas.

É sabido que o cigarro é o grande responsável por parte das doenças respiratórias, câncer de pulmão, além de uma série de malefícios que o seu uso pode trazer, tornando absurdos os gastos em tratamentos de fumantes passivos e ativos, pois apenas os casos de câncer relacionados ao tabagismo consomem 200 milhões de nossa economia.

Portanto, venho solicitar a atenção de V.Ex.a. para que medidas como a colocação de imagens chocantes, porém, esclarecedoras, em maços de cigarro não sejam abolidas. Venho apresentar minha sugestão para que se torne nacional a lei estadual paulista, de nº 13.541, que proíbe o consumo de cigarro em ambientes públicos ou privados, pois o apoio da sociedade civil, juntamente com veículos de comunicação e os governantes farão com que esse mal não seja perpetuado.

Respeitosamente,

L. de P. B.


P.S. da pró Laura: As iniciais correspondem a Laerte de Paula Borges, aluno da 3ª série do Colégio EDImaster

Notícia e reportagem

Notícia


A notícia usufrui de imparcialidade, fatos verdadeiros e isentos (tanto quanto a reportagem) e deve publicar informações sem distorções porque nomes e datas veiculados podem ser comprovados pelo público até mesmo comparando com outros jornais que tragam mais ou menos a mesma informação. A notícia é produzida segundo técnicas especificas, como a apuração e seleção dos fatos, escolha do vocabulário, ordenação de informações… De forma simplista, define-se notícia como o anúncio da novidade.
Caracteriza-se pela atualidade, objetividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações pouco habituais. É redigida na 3.a pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por ordem decrescente de importância.

A estrutura da notícia

Uma notícia bem estruturada deve ser constituída por:
LEAD, CABEÇA ou PARÁGRAFO-GUIA - primeiro parágrafo, no qual se resume o que aconteceu. É a parte mais importante da notícia e o seu objetivo é, não só captar a atenção do leitor, mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais.
 Neste parágrafo deverá ser dada resposta às seguintes perguntas essenciais: quem?, o quê?, onde?, quando?
CORPO DA NOTÍCIA - desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição pormenorizada do que aconteceu.
 Nesta segunda parte, deverá responder-se às perguntas: como?, porquê? A notícia é encabeçada por um título que deve ser muito preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor. Este título relaciona-se, habitualmente, com o que é tratado no LEAD e pode ser acompanhado por um antetítulo ou por um subtítulo.
Pirâmide invertida
O esquema ao lado refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se graficamente a notícia por esta pirâmide invertida. 
Na prática, aparecem muitas notícias que não respeitam a estrutura atrás apresentada.

Características da linguagem da notícia A linguagem a utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios:
- ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas;
- recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjetivos valorativos;
- usar especialmente frases de tipo declarativo.





Reportagem

A reportagem – onde se contam e narram as peripécias da atualidade –, um gênero jornalístico privilegiado, é criada a partir de um fato programado, tem maior liberdade no vocabulário, trata de assuntos que não precisam ser novos. Seu objetivo é contar uma história verdadeira, expor uma situação ou interpretar fatos. Preocupa-se em ser atual e mais abrangente, oferecendo maior detalhamento e contextualização àquilo que já foi anunciado.
Diferente da notícia que é imediatista e tem como fator determinante o tempo dependente sempre de um fato novo, a reportagem é produzida a qualquer momento oportuno. Eis aqui um dos principais elementos de distinção entre notícia e reportagem: a questão da atualidade. Outra diferença é quanto à motivação do veículo ao produzir cada gênero. A notícia tem que ser publicada, se não for, implicará na perda de credibilidade do jornal, enquanto a decisão de produzir ou não uma reportagem depende da avaliação dos profissionais de determinado veículo à respeito da pertinência do assunto, levando em conta, inclusive, o relacionamento com o anunciante.

Exemplos de notícia e reportagem:

Numa determinada situação de produção, foi solicitado aos alunos que, a partir de uma reportagem já pronta, elaborassem uma notícia. A seguir, transcrevo a notícia, produzida por um aluno na referida ocasião:

Notícia

Oportunidade de Ascensão ou Abandono Definitivo?

A construção de uma nova hidroelétrica no território brasileiro, mais especificamente na cidade de Altamira – PA vem sendo alvo de constantes discussões acerca daqueles que serão removidos da margem do rio Xingu.

A população têm se dividido no que diz respeito a aceitação da obra. Com o intuito de aumentar a produção de energia elétrica do país, o projeto do governo Federal, que ainda não definiu a construtora da Usina, garante aos moradores que todos serão ressarcidos do prejuízo e conseguirão uma nova casa assegurada pela construtora da nova hidroelétrica.

A parcela populacional que é a favor da construção da usina de Belo Monte, argumenta o desenvolvimento que a construção trará ao local, o maior número de geração de empregos. Outro fator importante seria, para a população ribeirinha, a garantia de um local habitacional de melhores condições estruturais, que as palafitas.

Todavia, pontos negativos vão de encontro ao novo projeto. A falta de garantia de indenização da população prejudicada e os danos ambientais são os principais. A população, mesmo expondo os mais alarmantes aspectos negativos, não deixa de exaltar os benefícios que trará à região.

O inicio da construção ainda não tem data definida, no entanto as empresas responsáveis serão escolhidas, por meio de sorteio, no dia 20 de Abril. Daí inicia-se os procedimentos da obra.

Tiaraju Smaneoto, aluno da 3ª série do ensino médio do Colégio Cometa



Reportagens:

Em outro momento, foi solicitado aos alunos que escrevessem uma reportagem a partir da proposta 1 da Universidade Estadual(UEPB), 2010:

Os textos ao lado ensejam uma reflexão sobre as diversidades constitutivas do nosso país.



Reportagem 1:

Soberania cultural

Diversidade cultural é uma marca brasileira que tem origem no passado

O Brasil é um país que, por sua conjuntura histórica, constitui um mosaico de credos e culturas. A sua colonização foi fator preponderante para essa união, quando portugueses impuseram à população indígena, que na época girava em torno de 3 a 5 milhões, uma maneira mais "selvagem" de enxergar o país, além disso, fatos como a escravidão - que trouxera cerca de 4 milhões de africanos -, 37% dos africanos trazidos às Américas, além de outros fenômenos como a imigração estrangeira, consolidaram trazendo outros povos, como espanhóis, alemães, italianos, holandeses e japoneses.

A porção de terra que de início abrigava um povo, transformou-se numa verdadeira colcha de retalhos. Da miscigenação de brancos, pretos e índios, surgiram cafuzos, mamelucos, mulatos, resguardando traços marcantes das características brasileiras. Essa mistura de raças derrubou fronteiras culrurais que foram estabelecidas, tornando-se comum um gaúcho comendo acarajé, um capixaba tomando chimarrão, e um manaura saboreando um pão de queijo, pois os hábitos regionais popularizaram-se, compondo assim os costumes nacionais.

As estimativas relacionadas às raças são imprecisas, pois o único critério utilizado pelo IBGE é o da auto-declaração, nos censos realizados, 49,9% da população se considera branca, 43,2% como parda e apenas 6,3% como preta, evidenciando que o preconceito racial faz com que as pessoas não assumam o que verdadeiramente são, já que 86% dos brasileiros têm mais de 10% de genes africanos. "Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta do indígena e do negro", escreve o antropólogo Gilberto Freire, em sua obra Casa Grande e Senzala. O que se tem por certo é que mesmo com o preconceito enraizado na sociedade, quase ninguém despreza a tradicional feijoada, surgida para alimentar as massas cativas do passado. Uma nação tão rica culturalmente não pode desprezar o que tem de mais belo e sim fazer com que essa diversidade seja perpetuada.

Laerte de Paula Borges, aluno da 3ª série do ensino médio do Colégio EDImaster

Reportagem 2:

WILLKOMMEN, BRASILIEN[1]
A história explica a verdadeira colcha de retalhos que o Brasil se tornou.

Embora temesse o ataque de monstros marinhos e a queda das extremidades do mundo, Portugal lançou-se ao mar no século XVI com dois objetivos principais: Descobrir uma nova rota para as Índias e assim escapar dos preços exorbitantes que a Itália impunha às especiarias orientais; e adquirir novas terras que lhe provesse matérias primas.
Foi nesta conjuntura expansionista regida puramente por ambições econômicas que, acidentalmente ou não, o Brasil foi descoberto.
Após trinta anos de indiferença, a corte portuguesa envia a primeira expedição de povoamento à sua colônia por ter a posse do novo mundo ameaçada pela forte presença estrangeira, e então, a nação brasileira começa a moldar suas feições.
Diferentes grupos étnicos foram aglutinados no mesmo território, e a composição social como um todo, baseia-se na homogeneização de suas contribuições culturais.
Costumes indígenas sobreviventes do intenso processo de aculturação à que foram submetidos pelos colonos, como a ingestão de mandioca, a caça e a pesca, o banho diário, e palavras como carioca e caju, somam-se as contribuição dos africanos trazidos para trabalhar nos engenhos, que apesar da ignorância dos escravocratas, conseguiram ganhar espaço, como a capoeira e o candomblé.
O legado europeu para o Brasil, além da língua, do catolicismo e das festas e procissões de seu calendário religioso, dos pratos derivados do bacalhau e dos grandes movimentos artísticos, como o renascimento, trazidos por Portugal, conta também como reforços.
Após a independência, a ideia de trazer imigrantes europeus foi retomada com o propósito de ocupar áreas vazias, incentivando o estabelecimento de novos agricultores, e estimular o uso da mão de obra livre, além de branquear a população. E então vieram italianos e suas massas, as técnicas agrícolas alemãs, japoneses e sua tecnologia...
E assim construiu-se este país, a partir deste extenso somatório de características advindas de todas as partes do mundo, que se fortaleceram e se consolidaram como parte da identidade nacional.

[1] Seja bem vindo, brasileiro (em alemão)

Amanda Barreto, aluna da 3ª série do ensino médio do Colégio EDImaster


Intertextualidade e, principalmente, CRIATIVIDADE!

A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no sentido amplo: um conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem. No mundo atual da multimídia, ela acontece entre textos de signos diferentes.

Um exemplo disso é a campanha da Hortifruti, veiculada no final do ano de 2007, com o slogan: “Aqui a natureza é a estrela”. A campanha fez paródias com títulos de filmes e livros.

Na oportunidade, os anúncios contemplaram o nosso digníssimo Ziraldo, construindo a intertextualidade com a obra O menino maluquinho:

Nosso surpreendente cinema brasileiro, com destaque(meu) para o gênio Ariano Suassuna -O Auto da Compadecida:

Os Hollywoodianos

Musical:

E as películas clássicas:

Um poema da pró

Como a maioria de vcs sabem, morei sete anos em Campina Grande e durante todo esse tempo senti saudade das coisas mais importantes e também das mais banais. O resultado disso foi o poema abaixo:

Laura Dourado Loula

Cheiro

de manhã
de banana frita
de shampoo de mãe
de presença de pai
de café cuado
de preguiça de sobrinho
de elegância de irmã
de “sumidouro”
de bobó de camarão
de mesa cheia
de Brilho Dourado
de pc com “vaga lembrança”
de ausência de um irmão
de notícias do outro
de latido de pinscher
de sorriso de Gu
de festa em família
de abraço
de tarde de domingo
de conversa fiada
de vida besta
de pizza
de orvalho de fazenda de vô
de lavanda de vó
de exemplo
de flor
de suor de “muleque crescido”
de vozes conhecidas
de chuva
de banho quente
de roupa lavada
de entra e sai
de generosidade
de “prosas” (Maclaren) de Tatá
de conversa booooooooa dos tios
de rede na varanda
de integridade
de perfumes conhecidos
de FELICIDADE

Página de diário

O gênero discursivo "diário", tendo em vista suas características, é um instrumento que pode servir para o desenvolvimento das diferentes habilidades dos alunos.

Dentre as características do gênero discursivo “diário” gostaria de destacar as que seguem e que vejo como mais pertinentes:


Expressividade informal
• Atribuição de franqueza, pelo locutor, ao discurso produzido
• Presença de referentes afetivos e cognitivos
• Caráter subjetivo
• Familiaridade dos alunos com este gênero
*
Como primeira produção de texto do ano, foi solicitado aos alunos que escrevessem uma página de diário no intuito de narrar um episódio (real ou fictício) marcante em suas vidas. As postagens a seguir referem-se a essa proposta.

Autoespeculação

Sempre gostei de escrever, arrisco em dizer que sou bem melhor com as palavras do que com as pessoas que aproximam-se de mim. Escrever, registrar fatos pessoais nunca foi meu hobby. Interesso-me por assuntos sociais, políticos, temas universais que abrangem pessoas que não necessariamente estão ao meu lado para serem 'lembradas', seja em que aspecto for.
A questão é que hoje devo escrever algo sobre mim, algo que me marcou, um dia feliz ou triste, mas sobre mim. É mais um daqueles trabalhos escolares que, não diria chatos, vão de encontro com nossas peculiaridades de caráter, e nos persegue um dia inteiro (quando pouco) com uma incômoda interrogação: "O que fazer?"
Na autoespeculação de como produzir o texto que me solicitaram, entrei num turbilhão de questionamentos quanto a repulsa de escrever sobre o meu eu: O que tanto temo? Por que essa negação?
Bem, algumas vezes arrisquei escrever sobre mim, acontecimentos que me cercavam, seus significados no dado momento. Mas quando me punha pronta para escrever milhares de pensamentos me atropelavam, uma mistura de sentimentos mais variados, indagações sobre os mesmos...e as palavras, aquelas com as quais me dou tão bem, tornavam-se minhas inimigas: eram insuficientes, contraditórias, sem me permitir chegar a um ponto final.
Um ponto final, objetividade que nunca, acredito, será alcançado quando o assunto é o ser humano. Talvez tenho pecado em cobrar muito de mim, de ser algo definitivo, de não compreender em mim o ciclo que todo ser humano passa e que analiso tão abertamente em muitos textos, as mudanças de opinião, as dúvidas.
Fica aqui o registro de um dia que, mesmo indiretamente, uma pessoa fez com que eu olhasse mais para mim e tentasse, não compreender, mas primeiramente me perceber.

Jaqueline Santana, aluna do 3º ano do Colégio Cometa