Textos injuntivos (Receita)

Os textos injuntivos ou instrucionais caracterizam-se por motivar uma ação no leitor. Temos como exemplos as receitas culinárias, os manuais de instrução, o anúncio publicitário, as instruções de jogos, etc.
Ainda no primeiro bimestre, foi solicitado aos alunos do primeiro ano do Colégio Cometa que produzissem uma receita mirabolante, para acabar com um problema difícil, quase impossível, e como resposta, temos este ótimo exemplo para acabar com os políticos corruptos no Brasil:

Extermínio dos políticos corruptos

Os políticos brasileiros têm se envolvido em escândalos de corrupção. Ouve-se falar em cada coisa absurda como políticos pondo dinheiro na cueca, nas meias, com justificativas sem lógica.
Investigando, encontrei um livro dos meus antepassados, nele encontrei a receita de uma porção que tinha o poder de fazer as pessoas ficarem honestas. Então decidi ir em busca dos ingredientes. Para preparar esta porção precisei de um fio de pelo de urso polar, duas escamas de peixe-elétrico, quatro ovos de urubu branco, um litro de água do rio Nilo, uma pitada de raspas de chifre de rinoceronte e quatro dentes de alho. O cozimento deve ser feito em um caldeirão de alguma tribo canibal e finaliza servindo com porcelanas do primeiro rei da França. A porção deve ser feita em lua minguante para não ocorrer efeitos colaterais.
O político corrupto que tomar esta porção passa a se preocupar com as pessoas mais carentes, usa o dinheiro para fazer obras que beneficiem o povo, investe em educação, saúde, lazer e esporte. Se esta porção não fosse amarga, o Brasil seria outro.
Amábile Ferreira Rocha, aluna da 1ª série do ensino médio do Colégio Cometa

Carta

Carta argumentativa

Em mais uma situação de produção, os alunos da 3ª série do ensino médio teriam de escrever uma carta argumentativa. Para tanto, eles deveriam contemplar o tema C da proposta da UNICAMP 2008:


Proposta c
Trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático:
O governo brasileiro tem promovido campanhas de alcance nacional, a fim de combater o tabagismo, o uso de álcool e drogas, a proliferação da dengue, do vírus da Aids e da gripe, entre outras doenças que comprometem a saúde pública.

Instruções:
1- Escolha uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde que, na sua opinião, deva ser mantida.
2- Argumente no sentido de apontar aspectos positivos da estratégia dessa campanha.
3- Dirija sua carta ao Ministro da Saúde, justificando a manutenção da campanha escolhida.

A seguir, alguns exemplares desse gênero textual:

Carta 1:

Irecê - BA, 24 de março de 2010

Sr. Ministro da Saúde, José Gomes Temporão,

Sou estudante da terceira série do Ensino Médio no colégio Edimaster. Como tenho a pretensão de cursar Medicina, foi de meu conhecimento uma entrevista do INCA com 2.642 estudantes de saúde das universidades públicas e privadas de Florianópolis, Rio de Janeiro e Campo Grande, acerca da importância do papel desempenhado pelos profissionais de saúde no aconselhamento dos fumantes a respeito dos maleficios do tabagismo. O estudo revelou que 20% dos estudantes não acredita que é papel do profissional de saúde aconselhar o paciente a parar de fumar. Contrariando estes 20%, creio plenamente na utilidade do nosso papel, como futuros profissionais, na tarefa de apontar os males que o hábito de fumar pode trazer. Quem, senão nós, poderia conhecer tão profundamente o corpo humano e advertí-lo contra os vilões da sua saúde?
Desta forma, lamento pela posição vergonhosa dos meus posteriores colegas; mas ao mesmo tempo celebro as campanhas anti-tabagismo desempenhadas pelo Ministério da Saúde, que se encarregam em prestar este seviço com primazia.
As fotos e mensagens de advertência nas embalagens de produtos derivados de tabaco nas campanhas publicitárias de combate ao fumo, como a "Fique Esperto, Começar a Fumar é Cair na Deles" tiveram amplo conhecimento nacional e certamente atingiram seu objetivo. Gostaria também de enaltecer a mais recente lei que proibe fumar em ambientes fechados de uso coletivo, com ênfase na divulgação por meio televisivo. Visto que um terço da população adulta fuma no Brasil e, cerca de 80 mil pessoas morrem ao ano por causa do hábito de fumar no pais, essas campanhas e leis tornam-se mais do que essenciais!
No entanto, acredito que outras medidas a mais poderiam ser tomadas para tal efeito, como melhorar – a meu ver – o falho atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) para quem quer parar de fumar, já que mais da metade dos fumantes com este desejo não encontram espaço terapêutico para isso. Poderia também ser feita a expansão da Lei Antifumo para mais estados brasileiros (incluindo a criação de uma lei que proíba o fumo em transportes públicos, como indica a OMS). Um dado recente do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) indica que sete pessoas por dia no Brasil morrem porque estão sujeitas ao fumo passivo!
Seria também útil a divulgação de campanhas criativas, como a realizada na Inglaterra. Ela distribuiu folhetos com cheiro do cigarro, com objetivo de desestimular o fumo entre os adolescentes, sugerindo que, cheirando a cigarro, eles se tornam menos atraentes.
Por fim, mas não menos importante, defendo a contundente proibição da aparição apologética do fumo na mídia, já que fabricantes internacionais costumam pagar à indústria de cinema a exibição de personagens fumantes nos filmes, e estes são exibidos diretamente nas telas brasileiras.
Sr. Ministro, diante de todos estes números, fatos e argumentos, fica clara a necessidade de uma maior atenção voltada para esta questão tão delicada em nosso país. É bem verdade que o tabaco é uma droga lícita e talvez seja radicalismo erradicá-la. Minha pergunta é: quem será o alvo eficiente na luta contra o tabagismo, médicos ou pacientes? A resposta, para mim, é simples: ambos. E a tarefa de conscientização está nas mãos do Ministério.
Atenciosamente,
EHFVD
P.S. da pró Laura: As iniciais correspondem a Everton Henrique F. V. Dourado, aluno da 3ª série do Colégio EDImaster

Carta 2:


Irecê, 23 de março de 2010

Senhor Ministro,


Como é de conhecimento de V. Ex.a., as campanhas antitabagistas veiculadas em todo território nacional são de extrema importância no combate à propagação do vício, já que estima-se que 30 milhões de brasileiros sejam fumantes, número que poderia ser bem maior se campanhas como essa não fossem adotadas.

É sabido que o cigarro é o grande responsável por parte das doenças respiratórias, câncer de pulmão, além de uma série de malefícios que o seu uso pode trazer, tornando absurdos os gastos em tratamentos de fumantes passivos e ativos, pois apenas os casos de câncer relacionados ao tabagismo consomem 200 milhões de nossa economia.

Portanto, venho solicitar a atenção de V.Ex.a. para que medidas como a colocação de imagens chocantes, porém, esclarecedoras, em maços de cigarro não sejam abolidas. Venho apresentar minha sugestão para que se torne nacional a lei estadual paulista, de nº 13.541, que proíbe o consumo de cigarro em ambientes públicos ou privados, pois o apoio da sociedade civil, juntamente com veículos de comunicação e os governantes farão com que esse mal não seja perpetuado.

Respeitosamente,

L. de P. B.


P.S. da pró Laura: As iniciais correspondem a Laerte de Paula Borges, aluno da 3ª série do Colégio EDImaster

Notícia e reportagem

Notícia


A notícia usufrui de imparcialidade, fatos verdadeiros e isentos (tanto quanto a reportagem) e deve publicar informações sem distorções porque nomes e datas veiculados podem ser comprovados pelo público até mesmo comparando com outros jornais que tragam mais ou menos a mesma informação. A notícia é produzida segundo técnicas especificas, como a apuração e seleção dos fatos, escolha do vocabulário, ordenação de informações… De forma simplista, define-se notícia como o anúncio da novidade.
Caracteriza-se pela atualidade, objetividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações pouco habituais. É redigida na 3.a pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por ordem decrescente de importância.

A estrutura da notícia

Uma notícia bem estruturada deve ser constituída por:
LEAD, CABEÇA ou PARÁGRAFO-GUIA - primeiro parágrafo, no qual se resume o que aconteceu. É a parte mais importante da notícia e o seu objetivo é, não só captar a atenção do leitor, mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais.
 Neste parágrafo deverá ser dada resposta às seguintes perguntas essenciais: quem?, o quê?, onde?, quando?
CORPO DA NOTÍCIA - desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição pormenorizada do que aconteceu.
 Nesta segunda parte, deverá responder-se às perguntas: como?, porquê? A notícia é encabeçada por um título que deve ser muito preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor. Este título relaciona-se, habitualmente, com o que é tratado no LEAD e pode ser acompanhado por um antetítulo ou por um subtítulo.
Pirâmide invertida
O esquema ao lado refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se graficamente a notícia por esta pirâmide invertida. 
Na prática, aparecem muitas notícias que não respeitam a estrutura atrás apresentada.

Características da linguagem da notícia A linguagem a utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios:
- ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas;
- recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjetivos valorativos;
- usar especialmente frases de tipo declarativo.





Reportagem

A reportagem – onde se contam e narram as peripécias da atualidade –, um gênero jornalístico privilegiado, é criada a partir de um fato programado, tem maior liberdade no vocabulário, trata de assuntos que não precisam ser novos. Seu objetivo é contar uma história verdadeira, expor uma situação ou interpretar fatos. Preocupa-se em ser atual e mais abrangente, oferecendo maior detalhamento e contextualização àquilo que já foi anunciado.
Diferente da notícia que é imediatista e tem como fator determinante o tempo dependente sempre de um fato novo, a reportagem é produzida a qualquer momento oportuno. Eis aqui um dos principais elementos de distinção entre notícia e reportagem: a questão da atualidade. Outra diferença é quanto à motivação do veículo ao produzir cada gênero. A notícia tem que ser publicada, se não for, implicará na perda de credibilidade do jornal, enquanto a decisão de produzir ou não uma reportagem depende da avaliação dos profissionais de determinado veículo à respeito da pertinência do assunto, levando em conta, inclusive, o relacionamento com o anunciante.

Exemplos de notícia e reportagem:

Numa determinada situação de produção, foi solicitado aos alunos que, a partir de uma reportagem já pronta, elaborassem uma notícia. A seguir, transcrevo a notícia, produzida por um aluno na referida ocasião:

Notícia

Oportunidade de Ascensão ou Abandono Definitivo?

A construção de uma nova hidroelétrica no território brasileiro, mais especificamente na cidade de Altamira – PA vem sendo alvo de constantes discussões acerca daqueles que serão removidos da margem do rio Xingu.

A população têm se dividido no que diz respeito a aceitação da obra. Com o intuito de aumentar a produção de energia elétrica do país, o projeto do governo Federal, que ainda não definiu a construtora da Usina, garante aos moradores que todos serão ressarcidos do prejuízo e conseguirão uma nova casa assegurada pela construtora da nova hidroelétrica.

A parcela populacional que é a favor da construção da usina de Belo Monte, argumenta o desenvolvimento que a construção trará ao local, o maior número de geração de empregos. Outro fator importante seria, para a população ribeirinha, a garantia de um local habitacional de melhores condições estruturais, que as palafitas.

Todavia, pontos negativos vão de encontro ao novo projeto. A falta de garantia de indenização da população prejudicada e os danos ambientais são os principais. A população, mesmo expondo os mais alarmantes aspectos negativos, não deixa de exaltar os benefícios que trará à região.

O inicio da construção ainda não tem data definida, no entanto as empresas responsáveis serão escolhidas, por meio de sorteio, no dia 20 de Abril. Daí inicia-se os procedimentos da obra.

Tiaraju Smaneoto, aluno da 3ª série do ensino médio do Colégio Cometa



Reportagens:

Em outro momento, foi solicitado aos alunos que escrevessem uma reportagem a partir da proposta 1 da Universidade Estadual(UEPB), 2010:

Os textos ao lado ensejam uma reflexão sobre as diversidades constitutivas do nosso país.



Reportagem 1:

Soberania cultural

Diversidade cultural é uma marca brasileira que tem origem no passado

O Brasil é um país que, por sua conjuntura histórica, constitui um mosaico de credos e culturas. A sua colonização foi fator preponderante para essa união, quando portugueses impuseram à população indígena, que na época girava em torno de 3 a 5 milhões, uma maneira mais "selvagem" de enxergar o país, além disso, fatos como a escravidão - que trouxera cerca de 4 milhões de africanos -, 37% dos africanos trazidos às Américas, além de outros fenômenos como a imigração estrangeira, consolidaram trazendo outros povos, como espanhóis, alemães, italianos, holandeses e japoneses.

A porção de terra que de início abrigava um povo, transformou-se numa verdadeira colcha de retalhos. Da miscigenação de brancos, pretos e índios, surgiram cafuzos, mamelucos, mulatos, resguardando traços marcantes das características brasileiras. Essa mistura de raças derrubou fronteiras culrurais que foram estabelecidas, tornando-se comum um gaúcho comendo acarajé, um capixaba tomando chimarrão, e um manaura saboreando um pão de queijo, pois os hábitos regionais popularizaram-se, compondo assim os costumes nacionais.

As estimativas relacionadas às raças são imprecisas, pois o único critério utilizado pelo IBGE é o da auto-declaração, nos censos realizados, 49,9% da população se considera branca, 43,2% como parda e apenas 6,3% como preta, evidenciando que o preconceito racial faz com que as pessoas não assumam o que verdadeiramente são, já que 86% dos brasileiros têm mais de 10% de genes africanos. "Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta do indígena e do negro", escreve o antropólogo Gilberto Freire, em sua obra Casa Grande e Senzala. O que se tem por certo é que mesmo com o preconceito enraizado na sociedade, quase ninguém despreza a tradicional feijoada, surgida para alimentar as massas cativas do passado. Uma nação tão rica culturalmente não pode desprezar o que tem de mais belo e sim fazer com que essa diversidade seja perpetuada.

Laerte de Paula Borges, aluno da 3ª série do ensino médio do Colégio EDImaster

Reportagem 2:

WILLKOMMEN, BRASILIEN[1]
A história explica a verdadeira colcha de retalhos que o Brasil se tornou.

Embora temesse o ataque de monstros marinhos e a queda das extremidades do mundo, Portugal lançou-se ao mar no século XVI com dois objetivos principais: Descobrir uma nova rota para as Índias e assim escapar dos preços exorbitantes que a Itália impunha às especiarias orientais; e adquirir novas terras que lhe provesse matérias primas.
Foi nesta conjuntura expansionista regida puramente por ambições econômicas que, acidentalmente ou não, o Brasil foi descoberto.
Após trinta anos de indiferença, a corte portuguesa envia a primeira expedição de povoamento à sua colônia por ter a posse do novo mundo ameaçada pela forte presença estrangeira, e então, a nação brasileira começa a moldar suas feições.
Diferentes grupos étnicos foram aglutinados no mesmo território, e a composição social como um todo, baseia-se na homogeneização de suas contribuições culturais.
Costumes indígenas sobreviventes do intenso processo de aculturação à que foram submetidos pelos colonos, como a ingestão de mandioca, a caça e a pesca, o banho diário, e palavras como carioca e caju, somam-se as contribuição dos africanos trazidos para trabalhar nos engenhos, que apesar da ignorância dos escravocratas, conseguiram ganhar espaço, como a capoeira e o candomblé.
O legado europeu para o Brasil, além da língua, do catolicismo e das festas e procissões de seu calendário religioso, dos pratos derivados do bacalhau e dos grandes movimentos artísticos, como o renascimento, trazidos por Portugal, conta também como reforços.
Após a independência, a ideia de trazer imigrantes europeus foi retomada com o propósito de ocupar áreas vazias, incentivando o estabelecimento de novos agricultores, e estimular o uso da mão de obra livre, além de branquear a população. E então vieram italianos e suas massas, as técnicas agrícolas alemãs, japoneses e sua tecnologia...
E assim construiu-se este país, a partir deste extenso somatório de características advindas de todas as partes do mundo, que se fortaleceram e se consolidaram como parte da identidade nacional.

[1] Seja bem vindo, brasileiro (em alemão)

Amanda Barreto, aluna da 3ª série do ensino médio do Colégio EDImaster


Intertextualidade e, principalmente, CRIATIVIDADE!

A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no sentido amplo: um conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem. No mundo atual da multimídia, ela acontece entre textos de signos diferentes.

Um exemplo disso é a campanha da Hortifruti, veiculada no final do ano de 2007, com o slogan: “Aqui a natureza é a estrela”. A campanha fez paródias com títulos de filmes e livros.

Na oportunidade, os anúncios contemplaram o nosso digníssimo Ziraldo, construindo a intertextualidade com a obra O menino maluquinho:

Nosso surpreendente cinema brasileiro, com destaque(meu) para o gênio Ariano Suassuna -O Auto da Compadecida:

Os Hollywoodianos

Musical:

E as películas clássicas:

Um poema da pró

Como a maioria de vcs sabem, morei sete anos em Campina Grande e durante todo esse tempo senti saudade das coisas mais importantes e também das mais banais. O resultado disso foi o poema abaixo:

Laura Dourado Loula

Cheiro

de manhã
de banana frita
de shampoo de mãe
de presença de pai
de café cuado
de preguiça de sobrinho
de elegância de irmã
de “sumidouro”
de bobó de camarão
de mesa cheia
de Brilho Dourado
de pc com “vaga lembrança”
de ausência de um irmão
de notícias do outro
de latido de pinscher
de sorriso de Gu
de festa em família
de abraço
de tarde de domingo
de conversa fiada
de vida besta
de pizza
de orvalho de fazenda de vô
de lavanda de vó
de exemplo
de flor
de suor de “muleque crescido”
de vozes conhecidas
de chuva
de banho quente
de roupa lavada
de entra e sai
de generosidade
de “prosas” (Maclaren) de Tatá
de conversa booooooooa dos tios
de rede na varanda
de integridade
de perfumes conhecidos
de FELICIDADE

Página de diário

O gênero discursivo "diário", tendo em vista suas características, é um instrumento que pode servir para o desenvolvimento das diferentes habilidades dos alunos.

Dentre as características do gênero discursivo “diário” gostaria de destacar as que seguem e que vejo como mais pertinentes:


Expressividade informal
• Atribuição de franqueza, pelo locutor, ao discurso produzido
• Presença de referentes afetivos e cognitivos
• Caráter subjetivo
• Familiaridade dos alunos com este gênero
*
Como primeira produção de texto do ano, foi solicitado aos alunos que escrevessem uma página de diário no intuito de narrar um episódio (real ou fictício) marcante em suas vidas. As postagens a seguir referem-se a essa proposta.

Autoespeculação

Sempre gostei de escrever, arrisco em dizer que sou bem melhor com as palavras do que com as pessoas que aproximam-se de mim. Escrever, registrar fatos pessoais nunca foi meu hobby. Interesso-me por assuntos sociais, políticos, temas universais que abrangem pessoas que não necessariamente estão ao meu lado para serem 'lembradas', seja em que aspecto for.
A questão é que hoje devo escrever algo sobre mim, algo que me marcou, um dia feliz ou triste, mas sobre mim. É mais um daqueles trabalhos escolares que, não diria chatos, vão de encontro com nossas peculiaridades de caráter, e nos persegue um dia inteiro (quando pouco) com uma incômoda interrogação: "O que fazer?"
Na autoespeculação de como produzir o texto que me solicitaram, entrei num turbilhão de questionamentos quanto a repulsa de escrever sobre o meu eu: O que tanto temo? Por que essa negação?
Bem, algumas vezes arrisquei escrever sobre mim, acontecimentos que me cercavam, seus significados no dado momento. Mas quando me punha pronta para escrever milhares de pensamentos me atropelavam, uma mistura de sentimentos mais variados, indagações sobre os mesmos...e as palavras, aquelas com as quais me dou tão bem, tornavam-se minhas inimigas: eram insuficientes, contraditórias, sem me permitir chegar a um ponto final.
Um ponto final, objetividade que nunca, acredito, será alcançado quando o assunto é o ser humano. Talvez tenho pecado em cobrar muito de mim, de ser algo definitivo, de não compreender em mim o ciclo que todo ser humano passa e que analiso tão abertamente em muitos textos, as mudanças de opinião, as dúvidas.
Fica aqui o registro de um dia que, mesmo indiretamente, uma pessoa fez com que eu olhasse mais para mim e tentasse, não compreender, mas primeiramente me perceber.

Jaqueline Santana, aluna do 3º ano do Colégio Cometa

01 de Abril de 2009

Querido diário,

Hoje acordei na hora do almoço, mas ainda estou muito cansada também você nem imagina como foi o meu dia ontem. Tudo começou quando minha prima chegou aqui em casa, 6 horas da manhã, em pleno domingo, até pensei que tinha acontecido algo grave com alguém da família, mas ela veio logo avisando que tinha me acordado cedo para aproveitarmos mais, o feriado prolongado. Então era um bom motivo.
Me arrumei, peguei algumas roupas, botei na bolsa e fui pra casa dela. Lá, Mari me chamou para ir ao shopping comprar algumas coisas, mas como ela não ia demorar, preferi ficar no pc. Algumas horas se passaram e nada dela aparecer, resolvi ir tomar banho de piscina ao chegar na beirada, vi uma carta. Era a letra de Mari, lá ela disse que precisava contar uma coisa, muito séria. Disse que estava grávida. Grávidaaaaaaaaaa???
Caramba, quase pirei, como que minha prima, uma menina tão nova, de apenas 16 anos, poderia estar. GRÁVIDA?
O pior não foi isso, foi quando ela disse que não ia ao shopping não, que era tudo mentira, e ela ia se jogar da ponte. Sai desesperada da casa dela e fui no lugar que ela havia me dito que ia se suicidar. Ao chegar lá eu vi multidão de gente, inclusive MARIANA, todos rindo da minha cara, com um cartaz na mão:

1° de Abril

Dia da mentira

Naquele momento nem eu mesma sabia os sentimentos que estavam passando dentro do meu coração, ao mesmo tempo que era alegria por ter encontrado Mari, também era raiva, por saber que aquilo tudo era mentira. Toda aquela preocupação minha, pra nada.


Melissa Stephane Roberta Porto, aluna do 1º ano do Colégio EDImaster

Uma folha de diário clichê

13 de dezembro de 2009, Vale do Capão


Querido diário,

Hoje foi um dia muito estranho (perfeito). Pedro e eu nunca havíamos nos dado bem. Imagine vc, começar a manha já trocando farpas! Essa gincana já tava me tirando do serio. Hoje foi a final – graças!
Pois e, a última tarefa era a seguinte: os líderes, Mateus e Rachel, tinham de dividir toda a turma em duplas, - detalhe: eles passaram o ano inteiro tentando juntar Pedro e eu (olha que bobagem!),– advinha a dupla dinâmica da vez? Exatamente! Eu e ELE.
A proposta era a seguinte: tem uma trilha aqui no Vale do Capão, muito explorada por estudantes – e claro, hippies, afinal a aldeia e hippie – que a gente tinha de seguir e entrar mata adentro, porque a dupla tinha de pegar uma bandeira vermelha, existente no meio da mata e depois voltar ao ponto de partida. Assim se vencia a prova.
Só podia ser sexta-feira 13 mesmo, viu?! Porque a onda de azar não tava normal não, affs ¬¬! A gente foi mal em todas as etapas. Eu me senti inútil. Ah! Mas a culpa era dele! Nunca vi mais desorganizado! A gente se perdeu e tudo.
Depois de voltas inúteis, a gente parou, sentou, conversou e decidiu: se havia uma chance, iríamos aproveitá-la. Como? Deixando o orgulho de lado. Difícil, hein?! Pois e, olha o desfecho:
Pedro olhou em volta e pra mim, franziu o cenho. Pegou a mochila, jogou tudo no chão. Havia um pote de tinta vermelha, Pedro o encarou com um ar irritante, docemente petulante; eu logo entendi a ideia - que emoção, a gente pensa igual, kkk, brincadeira.
Saímos marcando um bocado de árvores com tinta, pra gente não se perder. E lá estava ela, parecia mentira: a gente conseguiu. Só que na hora de finalizar a vitória, restava um pouquinho de azar, sabe?! Virei o pé! Mas, porém, entretanto, contudo e todavia - minha professora diz assim - "há males que vêm para o bem". Pedro me jogou em suas costas e deixou a mochila no chão. Me senti como Bela voando com Edward na floresta de Forks.
Vencemos e ainda descobrimos o quanto nos gostamos. A galera acabou de sair do quarto, inclusive Pedro, que me paparicou o resto do dia. Pelo menos pra mim, 13 não significa número de azar e sim aniversário de namoro.

Obs.: Ele disse que tenho olhos de cigana oblíqua e dissimulada S2

Eduarleíne de Souza Oliveira, aluna do 1º ano do Colégio Cometa

Ah, o verão!

Querido diário,

Senti uma saudade tamanha de suas folhas macias e suaves. Durante esses dias em que estive viajando com a família, pensava no dia em que voltaria pra casa pra te contar as maravilhas que aconteceram nesse verão.
Cada momento foi único, até mesmo quando o carro enguiçou e todos nós tivemos de esperar uma hora e meia pelo conserto. Mesmo assim nos divertimos muito e não cansávamos de rir e caçoar do papai por seu desespero cômico.
A Bahia faz um calor e no verão dizem que piora, acho que estão certos. A primeira coisa que fizemos quando chegamos ao hotel foi ir direto para a praia, nada melhor do que água, mar e sombra fresca, sem contar os gatinhos que passavam por lá.
Em uma tarde, conheci um garoto chamado Luís, era surfista e também morava em outro estado, assim como eu. Nós nos encontrávamos todos os dias, trocamos e-mail, número de celular, no fim, estávamos amigos ou mais do que isso. Logo Luis precisou partir; foi muito bom conhecê-lo.
A volta para casa foi conturbada, pois todos nós estávamos queimados e ficava impossível de encostar um no outro, já que ardia todo o corpo. No mais, chegamos em casa e passamos horas relembrando os melhores momentos e planejando um novo e ótimo passeio.

Isadora Levi de Andrade, aluna do 2º ano do colégio EDImaster

Amigo diário,

Hoje eu nem tô com cabeça pra escrever, triste e angustiado com a perda de uma amiga muito querida: Dona Maria. Ela foi pra São Paulo com a filha e a netinha passear. Minha avó até que falou pra ela não ir, por causa dessas fortes chuvas que tavam tendo pras bandas de lá, mas ela foi. E depois de mais ou menos um mês que ela tava lá, quase pra voltar, o pior aconteceu.
Essa noite teve uma forte chuva lá em São Paulo, e a água da enchente invadiu a casa que ela tava e a arrastou. Ficou desaparecida, e só mais tarde é que foram encontrar o corpo, dentro de um córrego.
Não gosto nem de imaginar, é uma coisa que gera muita indignação, né? Se ela tivesse ficado aqui, ainda estaria com todo mundo, espalhando aquele sorriso e a sua felicidade que a todos contagiava.
Aí eu fico pensando: só foi lá pra morrer, se eu a tivesse impedido, nada disso teria acontecido, mas ninguém sabe o futuro, por isso que ruim não é a partida, mas sim a incerteza de uma volta. Vou rezar e pedir um ótimo cantinho no céu pra ela! Sei que daqui pra frente nunca mais vou vê-la, mas a lembrança daquela senhora de 72 ano, que costurava aquelas almofadas de retalhos e doava aos vizinhos ou para qualquer um que chegasse em sua casa, a senhora de um coração puro e cheio de felicidade vai continuar viva para sempre na memória e no coração de quem um dia chegou a conhecer Dona Maria! Saudades!!!

Boa noite!

Ítalo Franco Barreto e Barreto, aluno do 1º ano do Colégio EDImaster

12/12/2012

Era uma manhã de quarta-feira quando sai com minha mulher e meus filhos numa lancha alugada para pescar; meus filhos estavam eufóricos e minha mulher, como sempre, preocupada por achar que estar em alto-mar não era o mais adequado para crianças de 4 e 5 anos de idade. Mas eu relutei em levá-las, afinal era uma tradição de família e acreditei que eles já estivessem prontos.
Saímos cedinho da costa e tivemos uma manhã maravilhosa, levamos alguns sanduíches e sucos, e almoçamos em pleno alto-mar. Meus filhos estavam adorando, ensinei-os como se deve colocar a isca no anzol e eu também estava muito feliz de estar com a minha família a não ser pela preocupação que minha mulher denotava no olhar.
Depois do almoço, todos fomos “tirar uma soneca” na cabine e acordamos lá pelas 15:30 h. ao olhar pela janela tive uma surpresa: aquele tempo de sol e poucas nuvens havia se transformado num céu escuro e cinzento, mostrando que a qualquer momento uma tempestade chegaria, e foi o que aconteceu.
Eu sinceramente estava aterrorizado, já que nunca havia enfrentado nada parecido, mas ao mesmo tempo tinha de permanecer calmo para confortar minha família. Foi nesse momento que eu decidi reordenar a rota para voltar a costa e avisar pelo rádio sobre a tempestade que estávamos enfrentando, enquanto minha mulher abraçava e tentava acalmar nossos filhos.
As 18:00h. chegamos ao porto e, apesar de encharcados estávamos bem e felizes por “sair dessa”. Voltamos para casa e durante o jantar demos boas gargalhadas do que havia acontecido hoje, além dos meus filhos me fazerem prometer que os levaria novamente.

Ivã Sousa Júnior, aluno do 2º ano do Colégio Cometa

Meu aniversário!

Querido diário,

Hoje eu completo 16 anos e está sendo ótimo, porque logo que acordei fui surpreendida com um café da manhã lindo e delicioso. Foi muito divertido! Tiraram foto comigo com a cara de sono, meus olhos estavam inchados mais que tudo. Eu ri muito.
Mas depois do café eu percebi que estava faltando o meu presente e como meu presente era caro, que é o meu violão, achei que minha mãe não iria ter condições de gastas esse dinheiro agora, mas, por outro lado, eu estava pensando que ela estava esperando o dinheiro sair para poder comprar, porque já faz muito tempo que ela tinha me prometido esse violão.
Depois do almoço saí de casa, fui comemorar com meus amigos e meu namorado, em uma sorveteria. Ficamos conversando, contando histórias, lembrando dos momentos e contando planos para o futuro.
Quando cheguei em casa, fiquei na sala conectando a net e passei horas lá, até que minha mãe passou e perguntou se eu já tinha ido ao meu quarto e como eu não tinha ido me levantei e fui. Chegando lá foi outra surpresa para mim, lá em cima da minha cama estava meu novo violão, todo madeirado, elétrico, com afinação elétrica e bateria, com uma capa, a coisa mais linda. Quando prestei bastante atenção era bem melhor e bem mais do que eu imaginei, daí eu peguei o violão, afinei e comecei a tocar.
Para mim, esse dia será mais um dia inesquecível.
Bjowks!!!

Johara Silva Reis, aluna do 1º ano do Colégio EDImaster

Um verdadeiro mico

Querido diário,

Bem, hoje não estou de bom humor! O meu dia aqui em Salvador foi um verdadeiro MICO.
Tudo começou na praia: eu havia pedido pra minha mãe apertar a parte de cima do meu biquíni e fui tomar sol. Quando levantei da cadeira, puxei meu cabelo de lado, só que junto com o meu cabelo veio o meu biquíni. Fiquei vermelha de vergonha, minha família começou a rir de mim e os gatinhos que estavam do lado da minha mesa começaram a rir também.
Depois do Top less que eu tinha feito na praia pela manhã, foi a vez do shopping: começou quando paramos – eu, minha irmão, meu pai e minha mãe – em frente de uma loja e meus pais entraram, então tive de aguardá-los sentada no sofá com minha irmã. Quando olho pro lado Clara – minha maninha – estava pulando em cima do sofá e ainda deu o maior grito: Nany, pula aqui também, é muito legal...Não seja tímida! Na mesma hora eu virei o rosto e fingi que não conhecia :O
Depois fui ao cinema e quando o filme acabou fui me retirar da sessão do cinema, tropecei em uma cadeira e saí rolando escada abaixo, com todos rindo ao invés de ajudar.
Saindo do cinema, fui procurar por meus pais, foi aí que avistei uma mulher olhando uma vitrine e que se parecia muito com minha mãe de costas. Fui até ela e dei um tapinha na bunda dela, dizendo: Mãe, olha eu aqui! Foi aí que percebi que a mulher não era minha mãe e saí toda envergonhada pedindo desculpas à moça.
Quando encontrei minha família meu pai foi logo berrando: E aí, Nany, como foi o filme “Caiu de paraquédas”? Uma das meninas que estavam passando – que haviam assistido o mesmo filme, na mesma sessão que eu – gritaram: “O filme foi tão redondo que caiu da escada! E ainda saíram rindo.
Depois dessa fomos embora, né?
Bem, meu dia hoje foi bem micado e nada divertido :P, agora vamos esperar o que me aguarda no dia de amanhã.

Beijinhos

Mariane Cardoso Chaves, aluna da 1º ano do Colégio EDImaster

Texto não-verbal

Para quem ainda tem dúvida quanto a texto verbal e não-verbal, aí vai um ótimo exemplo de texto não-verbal e, principalmente, da revanche - inteligência - feminina. Hehe


Dissertação: definição e estrutura

Dissertar é expor ideias a respeito de um determinado assunto. É discutir essas ideias, analisá-las e apresentar provas que convençam o leitor da validade do ponto de vista de quem as defende.

A dissertação pressupõe exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever;raciocínio lógico;clareza, coerência e objetividade na exposição. A dissertação, comumente, apresenta três partes:

a) Introdução ou Tese: é a apresentação do assunto. O parágrafo introdutório caracteriza-se por possuir uma só ideia central, ou tópico frasal, expressa de modo genérico.

b) Desenvolvimento ou argumentação: é a análise crítica da ideia central. Pode ocupar vários parágrafos, em que se expõem juízos, ou seja, provas, exemplos, testemunhos históricos, argumentos próprios ou alheios que comprovem a ideia central expressa no primeiro parágrafo.

c) Conclusão: é a parte final do texto, em que se condensa a essência das informações contidas no desenvolvimento e reafirma-se o posicionamento exposto no primeiro parágrafo (tese).

Um texto dissertativo argumentativo, que é aquele exigido na maioria dos exames vestibulares, apresenta análise, juízos críticos, ao passo que a dissertação expositiva informa, explica e interpreta. São exemplos de textos dissertativos expositivos os livros didáticos e toda e qualquer publicação meramente informativa, isto é, destituída de teor crítico. Um texto argumentativo, porém, não pode prescindir de análise crítica e da persuasão, ou seja, deve-se, por meio de argumentos, convencer o leitor do ponto de vista defendido por quem escreve.

Há muitos procedimentos para se elaborar o parágrafo introdutório (tese): partindo do geral para o particular, do passado para o presente, usando comparações, conceitos, definições, citações, interrogações etc. O pará­grafo introdutório (tese) apenas apresenta o assunto.

Os exemplos de tese abaixo têm como tema o
TRABALHO

Traçando uma trajetória do passado ao presente

Desde que aprendeu a manejar o fogo e a roda, o homem passou a gerar uma força produtiva, a qual desencadeou as invenções, as conquistas e o progresso. Mas essa produtividade prejudicou o relacionamento entre os povos, assim como entre patrão e empregado, no domínio pela tecnologia e na exploração da mão-de-obra.

Comparando socialmente, geograficamente, ou fazendo oposições de qualquer natureza

Nos países capitalistas, o trabalho tanto oprime quanto liberta: para os assalariados, ele é a síntese das injustiças sociais; para o empresário, é o exemplo da livre iniciativa. Nos países socialistas, o operariado e o campesinato trabalham para uma força totalitária – o Estado.

• Conceituando ou definindo uma ideia ou uma situação

Trabalho é uma força produtiva que se opera pelo empreendimento físico ou intelectual. Uma sociedade revela-se injusta quando subestima o trabalho artístico, avilta o intelectual e marginaliza o braçal em favor daqueles que detêm a propriedade, a indústria e o comércio.

• Utilizando uma citação

"O trabalho enobrece o homem." Essa máxima, que somos levados a respeitar, oculta a divisão de trabalho que avilta, usurpa, desgata, sem jamais enobrecer. Ao conceito de trabalho deveriam corresponder a realização, a estabilidade e a valorização, além da diminuição da exploração e das diferenças de classe.

Elaborando uma sequência de interrogações

O que define o trabalho? O tempo investido na manufatura de um produto? O esforço empreendido para se executar uma tarefa? A prestação de serviços? Trabalho é um meio de realização pessoal ou de exploração alheia?

• Elaborando uma enumeração de informações

Discutir o trabalho é aprofundar questões sociais. Aos nossos questionamentos não falta a preocupação com a escolha profissional, a remuneração, a satisfação pessoal e o status, fatores que distinguem o trabalho em todas as suas variantes, do braçal ao intelectual.

• Caracterizando espaços ou aspectos

O som ensurdecedor dos teares, a atmosfera saturada das usinas, a monotonia dos escritórios e o estafante serviço doméstico – é o trabalho sistemático que se resume em condicionada servidão.

• Narrando um fato

Eram 4h30min da manhã quando Pedro arrumou a marmita de arroz, feijão e farinha e foi para a obra, onde é servente de pedreiro. Trabalhou até às 18h e pegou o trem do subúrbio, completando uma rotina idêntica a de milhões de brasileiros cujo mão-de-obra é desqualificada.

• Fazendo uso de linguagem figurada

O trabalho é o maior da sociedade. Cada atividade ou mão-de-obra articula-se na indústria, no comércio e na prestação de serviços, formando uma grande máquina movida pelo trabalhador.

• Apresentando dados estatísticos

A constatação da Fundação Seade é que a taxa de desemprego alcançou 15% em março, comparativamente a 13,8% em fevereiro. O porcentual é o maior dos últimos 21 meses e se aproxima dos 15,2% observado no mês anterior ao da entrada em vigor do Real. Equivale a afastar 100 mil pessoas do mercado de trabalho.

Aos meus queridos colegas Nelma e Nei

Nelma e Nei(Neivaldo), vcs sabem o quanto eu os admiro, por isso mesmo resolvi postar um texto em homenagem a vcs. Eu me diverti bastante, imagino vcs que já estão "um pouquinho" mais velhos do que eu (risos). Não me matem depois, por favor!!

Tudo mudou...

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bike
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
.... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças.
Luiz Fernando Veríssimo (Só poderia ser ele, claro!!)


Fábula

O gênero textual fábula pode ser definido, resumidamente, como uma narrativa curta, cujos personagens são animais com características humanas e que sempre trazem uma "moral da história" ao final do texto.

No ano de 2008, solicitei aos alunos do 1º ano que escrevessem uma fábula. O aluno Diogo Barreto Rocha, mais um artista da frutífera cidade de São Gabriel, ganhou destaque e reconhecimento de toda turma em virtude do seu texto, transcrito a seguir:

A formiga e o cigarro

No extenso verão nordestino do mês de janeiro, na idosa cidade de Jussara-BA, as formigas de um formigueiro trabalhavam intensamente reservando comida para o "friento" inverno que viria.
Enquanto isso, o folgado cigarro, amante de uma formiga do formigueiro, nem se procupava com a chegada do inverno. Passava dia e noite pulando de galho em galho cantando alegremente apaixonado.
Depois do grande período de trabalho no verão, as formigas com o estoque repleto de alimentos festejavam a chegada do inverno. Compraram cobertas bem quentinhas no estilo encubadora, roupas belas e luxuosas pois se aproximava das festas do aniversário da cidade.
Após dez dias de inverno, o cigarro faminto e quase congelando de frio foi pedir abrigo e comida no formigueiro justamente no dia melhor da festa da cidade. Chegou no formigueiro batendo os queixos e após a formiga abrir a porta disse:
- Ô formiga elegante, me alimenta, minha amante.
A formiga respondeu:
- O que fazia durante o verão, lindo cigarrão?
- Cantava pelos bosques. Respondeu o cigarro.
- Pois hoje é meu dia de cantar, vou pra festa ver Chico Rey e Paraná, disse a formiga com toda ignorância batendo a porta no nariz do cigarro que saiu cantando:
- Doente de fome procurei comida lá no formigueiro, e a formiguinha toda estressada me respondeu: seu vagabundo, o que foi que fez durante o verão? Eu fiquei sorrindo, cantando e dormindo, não fiz nada não, e agora com fome e sem agasalho eu sofro bastante, não ganhei comida nem no formigueiro lá da minha amante. Eu fui desprezado, muito maltratado, ela me xingou, não me deu coberta, comida negou e o nosso romance agora acabou.

Moral: Os fins justificam os meios, quem quer conseguir as coisas tem que fazer por onde.

Diogo Barreto Rocha, aluno do 3º ano do Colégio Cometa.

Boas-vindas!!

Meus caros alunos, é com grande prazer que inauguro este espaço de informação, discussão, dicas e, principlamente, publicação dos textos produzidos por vocês, meus autores preferidos ;)

Um grande beijo da pró "prosa + intectual do mundo" hehehehe :D