Carta

Carta argumentativa

Em mais uma situação de produção, os alunos da 3ª série do ensino médio teriam de escrever uma carta argumentativa. Para tanto, eles deveriam contemplar o tema C da proposta da UNICAMP 2008:


Proposta c
Trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático:
O governo brasileiro tem promovido campanhas de alcance nacional, a fim de combater o tabagismo, o uso de álcool e drogas, a proliferação da dengue, do vírus da Aids e da gripe, entre outras doenças que comprometem a saúde pública.

Instruções:
1- Escolha uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde que, na sua opinião, deva ser mantida.
2- Argumente no sentido de apontar aspectos positivos da estratégia dessa campanha.
3- Dirija sua carta ao Ministro da Saúde, justificando a manutenção da campanha escolhida.

A seguir, alguns exemplares desse gênero textual:

Carta 1:

Irecê - BA, 24 de março de 2010

Sr. Ministro da Saúde, José Gomes Temporão,

Sou estudante da terceira série do Ensino Médio no colégio Edimaster. Como tenho a pretensão de cursar Medicina, foi de meu conhecimento uma entrevista do INCA com 2.642 estudantes de saúde das universidades públicas e privadas de Florianópolis, Rio de Janeiro e Campo Grande, acerca da importância do papel desempenhado pelos profissionais de saúde no aconselhamento dos fumantes a respeito dos maleficios do tabagismo. O estudo revelou que 20% dos estudantes não acredita que é papel do profissional de saúde aconselhar o paciente a parar de fumar. Contrariando estes 20%, creio plenamente na utilidade do nosso papel, como futuros profissionais, na tarefa de apontar os males que o hábito de fumar pode trazer. Quem, senão nós, poderia conhecer tão profundamente o corpo humano e advertí-lo contra os vilões da sua saúde?
Desta forma, lamento pela posição vergonhosa dos meus posteriores colegas; mas ao mesmo tempo celebro as campanhas anti-tabagismo desempenhadas pelo Ministério da Saúde, que se encarregam em prestar este seviço com primazia.
As fotos e mensagens de advertência nas embalagens de produtos derivados de tabaco nas campanhas publicitárias de combate ao fumo, como a "Fique Esperto, Começar a Fumar é Cair na Deles" tiveram amplo conhecimento nacional e certamente atingiram seu objetivo. Gostaria também de enaltecer a mais recente lei que proibe fumar em ambientes fechados de uso coletivo, com ênfase na divulgação por meio televisivo. Visto que um terço da população adulta fuma no Brasil e, cerca de 80 mil pessoas morrem ao ano por causa do hábito de fumar no pais, essas campanhas e leis tornam-se mais do que essenciais!
No entanto, acredito que outras medidas a mais poderiam ser tomadas para tal efeito, como melhorar – a meu ver – o falho atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) para quem quer parar de fumar, já que mais da metade dos fumantes com este desejo não encontram espaço terapêutico para isso. Poderia também ser feita a expansão da Lei Antifumo para mais estados brasileiros (incluindo a criação de uma lei que proíba o fumo em transportes públicos, como indica a OMS). Um dado recente do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) indica que sete pessoas por dia no Brasil morrem porque estão sujeitas ao fumo passivo!
Seria também útil a divulgação de campanhas criativas, como a realizada na Inglaterra. Ela distribuiu folhetos com cheiro do cigarro, com objetivo de desestimular o fumo entre os adolescentes, sugerindo que, cheirando a cigarro, eles se tornam menos atraentes.
Por fim, mas não menos importante, defendo a contundente proibição da aparição apologética do fumo na mídia, já que fabricantes internacionais costumam pagar à indústria de cinema a exibição de personagens fumantes nos filmes, e estes são exibidos diretamente nas telas brasileiras.
Sr. Ministro, diante de todos estes números, fatos e argumentos, fica clara a necessidade de uma maior atenção voltada para esta questão tão delicada em nosso país. É bem verdade que o tabaco é uma droga lícita e talvez seja radicalismo erradicá-la. Minha pergunta é: quem será o alvo eficiente na luta contra o tabagismo, médicos ou pacientes? A resposta, para mim, é simples: ambos. E a tarefa de conscientização está nas mãos do Ministério.
Atenciosamente,
EHFVD
P.S. da pró Laura: As iniciais correspondem a Everton Henrique F. V. Dourado, aluno da 3ª série do Colégio EDImaster

Carta 2:


Irecê, 23 de março de 2010

Senhor Ministro,


Como é de conhecimento de V. Ex.a., as campanhas antitabagistas veiculadas em todo território nacional são de extrema importância no combate à propagação do vício, já que estima-se que 30 milhões de brasileiros sejam fumantes, número que poderia ser bem maior se campanhas como essa não fossem adotadas.

É sabido que o cigarro é o grande responsável por parte das doenças respiratórias, câncer de pulmão, além de uma série de malefícios que o seu uso pode trazer, tornando absurdos os gastos em tratamentos de fumantes passivos e ativos, pois apenas os casos de câncer relacionados ao tabagismo consomem 200 milhões de nossa economia.

Portanto, venho solicitar a atenção de V.Ex.a. para que medidas como a colocação de imagens chocantes, porém, esclarecedoras, em maços de cigarro não sejam abolidas. Venho apresentar minha sugestão para que se torne nacional a lei estadual paulista, de nº 13.541, que proíbe o consumo de cigarro em ambientes públicos ou privados, pois o apoio da sociedade civil, juntamente com veículos de comunicação e os governantes farão com que esse mal não seja perpetuado.

Respeitosamente,

L. de P. B.


P.S. da pró Laura: As iniciais correspondem a Laerte de Paula Borges, aluno da 3ª série do Colégio EDImaster

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