Notícia e reportagem

Notícia


A notícia usufrui de imparcialidade, fatos verdadeiros e isentos (tanto quanto a reportagem) e deve publicar informações sem distorções porque nomes e datas veiculados podem ser comprovados pelo público até mesmo comparando com outros jornais que tragam mais ou menos a mesma informação. A notícia é produzida segundo técnicas especificas, como a apuração e seleção dos fatos, escolha do vocabulário, ordenação de informações… De forma simplista, define-se notícia como o anúncio da novidade.
Caracteriza-se pela atualidade, objetividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações pouco habituais. É redigida na 3.a pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por ordem decrescente de importância.

A estrutura da notícia

Uma notícia bem estruturada deve ser constituída por:
LEAD, CABEÇA ou PARÁGRAFO-GUIA - primeiro parágrafo, no qual se resume o que aconteceu. É a parte mais importante da notícia e o seu objetivo é, não só captar a atenção do leitor, mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais.
 Neste parágrafo deverá ser dada resposta às seguintes perguntas essenciais: quem?, o quê?, onde?, quando?
CORPO DA NOTÍCIA - desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição pormenorizada do que aconteceu.
 Nesta segunda parte, deverá responder-se às perguntas: como?, porquê? A notícia é encabeçada por um título que deve ser muito preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor. Este título relaciona-se, habitualmente, com o que é tratado no LEAD e pode ser acompanhado por um antetítulo ou por um subtítulo.
Pirâmide invertida
O esquema ao lado refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se graficamente a notícia por esta pirâmide invertida. 
Na prática, aparecem muitas notícias que não respeitam a estrutura atrás apresentada.

Características da linguagem da notícia A linguagem a utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios:
- ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas;
- recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjetivos valorativos;
- usar especialmente frases de tipo declarativo.





Reportagem

A reportagem – onde se contam e narram as peripécias da atualidade –, um gênero jornalístico privilegiado, é criada a partir de um fato programado, tem maior liberdade no vocabulário, trata de assuntos que não precisam ser novos. Seu objetivo é contar uma história verdadeira, expor uma situação ou interpretar fatos. Preocupa-se em ser atual e mais abrangente, oferecendo maior detalhamento e contextualização àquilo que já foi anunciado.
Diferente da notícia que é imediatista e tem como fator determinante o tempo dependente sempre de um fato novo, a reportagem é produzida a qualquer momento oportuno. Eis aqui um dos principais elementos de distinção entre notícia e reportagem: a questão da atualidade. Outra diferença é quanto à motivação do veículo ao produzir cada gênero. A notícia tem que ser publicada, se não for, implicará na perda de credibilidade do jornal, enquanto a decisão de produzir ou não uma reportagem depende da avaliação dos profissionais de determinado veículo à respeito da pertinência do assunto, levando em conta, inclusive, o relacionamento com o anunciante.

Exemplos de notícia e reportagem:

Numa determinada situação de produção, foi solicitado aos alunos que, a partir de uma reportagem já pronta, elaborassem uma notícia. A seguir, transcrevo a notícia, produzida por um aluno na referida ocasião:

Notícia

Oportunidade de Ascensão ou Abandono Definitivo?

A construção de uma nova hidroelétrica no território brasileiro, mais especificamente na cidade de Altamira – PA vem sendo alvo de constantes discussões acerca daqueles que serão removidos da margem do rio Xingu.

A população têm se dividido no que diz respeito a aceitação da obra. Com o intuito de aumentar a produção de energia elétrica do país, o projeto do governo Federal, que ainda não definiu a construtora da Usina, garante aos moradores que todos serão ressarcidos do prejuízo e conseguirão uma nova casa assegurada pela construtora da nova hidroelétrica.

A parcela populacional que é a favor da construção da usina de Belo Monte, argumenta o desenvolvimento que a construção trará ao local, o maior número de geração de empregos. Outro fator importante seria, para a população ribeirinha, a garantia de um local habitacional de melhores condições estruturais, que as palafitas.

Todavia, pontos negativos vão de encontro ao novo projeto. A falta de garantia de indenização da população prejudicada e os danos ambientais são os principais. A população, mesmo expondo os mais alarmantes aspectos negativos, não deixa de exaltar os benefícios que trará à região.

O inicio da construção ainda não tem data definida, no entanto as empresas responsáveis serão escolhidas, por meio de sorteio, no dia 20 de Abril. Daí inicia-se os procedimentos da obra.

Tiaraju Smaneoto, aluno da 3ª série do ensino médio do Colégio Cometa



Reportagens:

Em outro momento, foi solicitado aos alunos que escrevessem uma reportagem a partir da proposta 1 da Universidade Estadual(UEPB), 2010:

Os textos ao lado ensejam uma reflexão sobre as diversidades constitutivas do nosso país.



Reportagem 1:

Soberania cultural

Diversidade cultural é uma marca brasileira que tem origem no passado

O Brasil é um país que, por sua conjuntura histórica, constitui um mosaico de credos e culturas. A sua colonização foi fator preponderante para essa união, quando portugueses impuseram à população indígena, que na época girava em torno de 3 a 5 milhões, uma maneira mais "selvagem" de enxergar o país, além disso, fatos como a escravidão - que trouxera cerca de 4 milhões de africanos -, 37% dos africanos trazidos às Américas, além de outros fenômenos como a imigração estrangeira, consolidaram trazendo outros povos, como espanhóis, alemães, italianos, holandeses e japoneses.

A porção de terra que de início abrigava um povo, transformou-se numa verdadeira colcha de retalhos. Da miscigenação de brancos, pretos e índios, surgiram cafuzos, mamelucos, mulatos, resguardando traços marcantes das características brasileiras. Essa mistura de raças derrubou fronteiras culrurais que foram estabelecidas, tornando-se comum um gaúcho comendo acarajé, um capixaba tomando chimarrão, e um manaura saboreando um pão de queijo, pois os hábitos regionais popularizaram-se, compondo assim os costumes nacionais.

As estimativas relacionadas às raças são imprecisas, pois o único critério utilizado pelo IBGE é o da auto-declaração, nos censos realizados, 49,9% da população se considera branca, 43,2% como parda e apenas 6,3% como preta, evidenciando que o preconceito racial faz com que as pessoas não assumam o que verdadeiramente são, já que 86% dos brasileiros têm mais de 10% de genes africanos. "Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta do indígena e do negro", escreve o antropólogo Gilberto Freire, em sua obra Casa Grande e Senzala. O que se tem por certo é que mesmo com o preconceito enraizado na sociedade, quase ninguém despreza a tradicional feijoada, surgida para alimentar as massas cativas do passado. Uma nação tão rica culturalmente não pode desprezar o que tem de mais belo e sim fazer com que essa diversidade seja perpetuada.

Laerte de Paula Borges, aluno da 3ª série do ensino médio do Colégio EDImaster

Reportagem 2:

WILLKOMMEN, BRASILIEN[1]
A história explica a verdadeira colcha de retalhos que o Brasil se tornou.

Embora temesse o ataque de monstros marinhos e a queda das extremidades do mundo, Portugal lançou-se ao mar no século XVI com dois objetivos principais: Descobrir uma nova rota para as Índias e assim escapar dos preços exorbitantes que a Itália impunha às especiarias orientais; e adquirir novas terras que lhe provesse matérias primas.
Foi nesta conjuntura expansionista regida puramente por ambições econômicas que, acidentalmente ou não, o Brasil foi descoberto.
Após trinta anos de indiferença, a corte portuguesa envia a primeira expedição de povoamento à sua colônia por ter a posse do novo mundo ameaçada pela forte presença estrangeira, e então, a nação brasileira começa a moldar suas feições.
Diferentes grupos étnicos foram aglutinados no mesmo território, e a composição social como um todo, baseia-se na homogeneização de suas contribuições culturais.
Costumes indígenas sobreviventes do intenso processo de aculturação à que foram submetidos pelos colonos, como a ingestão de mandioca, a caça e a pesca, o banho diário, e palavras como carioca e caju, somam-se as contribuição dos africanos trazidos para trabalhar nos engenhos, que apesar da ignorância dos escravocratas, conseguiram ganhar espaço, como a capoeira e o candomblé.
O legado europeu para o Brasil, além da língua, do catolicismo e das festas e procissões de seu calendário religioso, dos pratos derivados do bacalhau e dos grandes movimentos artísticos, como o renascimento, trazidos por Portugal, conta também como reforços.
Após a independência, a ideia de trazer imigrantes europeus foi retomada com o propósito de ocupar áreas vazias, incentivando o estabelecimento de novos agricultores, e estimular o uso da mão de obra livre, além de branquear a população. E então vieram italianos e suas massas, as técnicas agrícolas alemãs, japoneses e sua tecnologia...
E assim construiu-se este país, a partir deste extenso somatório de características advindas de todas as partes do mundo, que se fortaleceram e se consolidaram como parte da identidade nacional.

[1] Seja bem vindo, brasileiro (em alemão)

Amanda Barreto, aluna da 3ª série do ensino médio do Colégio EDImaster


7 Response to "Notícia e reportagem"

  1. Just-a-girl says:
    28 de junho de 2011 às 18:41

    Olá, tenho apenas 13 anos e esse foi o único site que conseguiu me fazer entender como saber se é noticia ou reportagem, continue assim obrigada pela ajuda.

  2. Unknown says:
    13 de março de 2013 às 12:59

    COCO NA TUA CARA DROGA

  3. Unknown says:
    21 de abril de 2015 às 13:30

    Metodologia de elaboração
    De uma maneira geral, o jornalista dirige-se ao local onde decorre o acontecimento.
    Aí observa, indaga, relata,descreve, explica, e compara, o que o obriga a um profundo trabalho de pesquisa e de contextualização dos factos.

  4. Unknown says:
    21 de abril de 2015 às 13:31

    Metodologia de elaboração
    De uma maneira geral, o jornalista dirige-se ao local onde decorre o acontecimento.
    Aí observa, indaga, relata,descreve, explica, e compara, o que o obriga a um profundo trabalho de pesquisa e de contextualização dos factos.

  5. Unknown says:
    21 de maio de 2015 às 18:37

    Que idiota!

  6. Unknown says:
    21 de maio de 2015 às 18:38

    Muito bom!O texto,muito explicativo!

  7. Nelson Cardoso Augusto says:
    6 de outubro de 2017 às 11:56

    sou estudante de ciências da comunicação portanto tenho de reconhecer que este blog me ajudou bastante. Por isso pretendo desde já receber mais informações acerca. Obrigado

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