Uma folha de diário clichê

13 de dezembro de 2009, Vale do Capão


Querido diário,

Hoje foi um dia muito estranho (perfeito). Pedro e eu nunca havíamos nos dado bem. Imagine vc, começar a manha já trocando farpas! Essa gincana já tava me tirando do serio. Hoje foi a final – graças!
Pois e, a última tarefa era a seguinte: os líderes, Mateus e Rachel, tinham de dividir toda a turma em duplas, - detalhe: eles passaram o ano inteiro tentando juntar Pedro e eu (olha que bobagem!),– advinha a dupla dinâmica da vez? Exatamente! Eu e ELE.
A proposta era a seguinte: tem uma trilha aqui no Vale do Capão, muito explorada por estudantes – e claro, hippies, afinal a aldeia e hippie – que a gente tinha de seguir e entrar mata adentro, porque a dupla tinha de pegar uma bandeira vermelha, existente no meio da mata e depois voltar ao ponto de partida. Assim se vencia a prova.
Só podia ser sexta-feira 13 mesmo, viu?! Porque a onda de azar não tava normal não, affs ¬¬! A gente foi mal em todas as etapas. Eu me senti inútil. Ah! Mas a culpa era dele! Nunca vi mais desorganizado! A gente se perdeu e tudo.
Depois de voltas inúteis, a gente parou, sentou, conversou e decidiu: se havia uma chance, iríamos aproveitá-la. Como? Deixando o orgulho de lado. Difícil, hein?! Pois e, olha o desfecho:
Pedro olhou em volta e pra mim, franziu o cenho. Pegou a mochila, jogou tudo no chão. Havia um pote de tinta vermelha, Pedro o encarou com um ar irritante, docemente petulante; eu logo entendi a ideia - que emoção, a gente pensa igual, kkk, brincadeira.
Saímos marcando um bocado de árvores com tinta, pra gente não se perder. E lá estava ela, parecia mentira: a gente conseguiu. Só que na hora de finalizar a vitória, restava um pouquinho de azar, sabe?! Virei o pé! Mas, porém, entretanto, contudo e todavia - minha professora diz assim - "há males que vêm para o bem". Pedro me jogou em suas costas e deixou a mochila no chão. Me senti como Bela voando com Edward na floresta de Forks.
Vencemos e ainda descobrimos o quanto nos gostamos. A galera acabou de sair do quarto, inclusive Pedro, que me paparicou o resto do dia. Pelo menos pra mim, 13 não significa número de azar e sim aniversário de namoro.

Obs.: Ele disse que tenho olhos de cigana oblíqua e dissimulada S2

Eduarleíne de Souza Oliveira, aluna do 1º ano do Colégio Cometa

1 Response to "Uma folha de diário clichê"

  1. Géssica Magalhães. says:
    24 de abril de 2010 às 17:59

    Duda amiga arrasou! .

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